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Acessos e privilégios

Foto do escritor: SIODUHI STUDIOSIODUHI STUDIO

Estreia da Sioduhi Studio na 55ª edição da Casa de Criadores em São Paulo - Isabelle Nogueira - Fotografia: Rodrigo Duarte
Estreia da Sioduhi Studio na 55ª edição da Casa de Criadores em São Paulo - Isabelle Nogueira - Fotografia: Rodrigo Duarte

Em toda "América" ou melhor, Abya Yala, muitos povos indígenas foram violentados e até dizimados, seja por doenças, escravidão, acordos não cumpridos ou por "guerras justas".

E essas feridas profundas ainda estão abertas e algumas inflamadas.


Jamais enquanto pessoas indígenas podemos compreender os direitos, políticas públicas e espaços conquistados como privilégios. Mas sim como acessos e que a qualquer momento pode ser subtraídos.


Meus pais e parentes remaram km de distância para poder defender a demarcação, enfrentaram viagens de avião, línguas e linguagens que não compreendiam.


Mesmo com todas as lutas, muitas delas foram apagadas da história. Isso tudo, porque é fácil perdemos a memória e confundirmos os acessos com privilégios ilusórios.


A nossa luta é continua, não existe o topo para nós indígenas, mas sim o todo, além do mais somos muitos, vivemos em diferentes comunidades e somos muitos povos.


Se um/a parente se vai, parte de nós se esvai, seja físico, cultural e espiritual.

Ser indígena, é a busca contínua para fortalecer nossa identidade. Mesmo que tenhamos que (re) começar quantas vezes for necessário com o que restou.


Afinal, se tudo se esvaziar e restar só o conhecimento e a memória não indígena em nós. Como vamos defender nossa identidade originária e os nossos direitos?



Texto: Sioduhi

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